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2 de dezembro de 2013

Regimes socialistas geram sociedades de espertos e aproveitadores

 
kanitz
 Stephen Kanitz 

Sociedades Que Geram Aproveitadores e Espertos

 
A única forma de combater aproveitadores e os espertos é tolher a fonte de energia que sugam dos outros
 
Leio muitos livros, mas poucos conseguiram me tirar o sono como The Philosophy of Artificial Life.
 
Ele trata de uma nova ciência que provavelmente revolucionará a ociologia: Denomina-se Vida Virtual ou Vida Artificial.
Surgiu há menos de 15 anos quando se percebeu que vida nada mais é do que troca e armazenamento de informações.
Troca que poderia ser recriada eletronicamente no computador, em vez de quimicamente numa pipeta. 
 
O DNA é somente um complicado sistema químico de troca de informação. Nada nesta ciência é definitivo, mas uma das experiências mais aterradoras pelas suas possíveis repercussões foi o Projeto Terris que vou resumir.
 
Criaram uma bactéria virtual, um programa de 14 instruções, que usava energia do computador e se reproduzia a cada ciclo e sofria mutações aleatórias.
 
Encheram o computador com 1 bilhão destas bactérias e depois de 1 milhão de ciclos abriram o computador para ver como tudo evoluiu.
A bactéria original havia sido eliminada por outra mais forte como era de se esperar, mas surgiram também um monte de bichos estranhos.
Bactérias bem menores que a rigor não deveriam sobreviver, conseguiam sobreviver porque roubavam.
 
Roubavam informações genéticas, pirateavam energia, usavam os outros para se reproduzirem, enganavam, distorciam informações.
Enfim, eram o que nós conhecemos como aproveitadores, espertos e parasitas.
 
Parasitas do ponto de vista científico são definidos como pessoas que nada ou pouco produzem, vivem do trabalho dos outros.
São os corpos moles, os corruptos, os Gersons, os que mamam nas tetas do governo, os que trabalham no governo sem fazer absolutamente nada, os puxa-sacos do seu chefe, os que colam nas provas, os que não fazem o trabalho de grupo e recebem a mesma nota que você.
 
Os cientistas fizeram esta experiência uma centena de vezes e em todas apareceram parasitas, algo pelo jeito inevitável, uma constante da vida.
Consolo para o Brasil.
 
Países que dão certo, segundo esta visão, não são os que têm gênios como Presidentes, PHds como Ministros, mas os que lutam incessantemente contra o surgimento inevitável de aproveitadores, espertos e parasitas, que lutam contra os direitos adquiridos desta turma. Algo que não fazemos.
 
Aproveitadores, espertos e parasitas se movimentam sempre na direção do dinheiro e do poder.
 
Por isto tendem a migrar para a política, paras as finanças do governo, para as licitações que detém 40% do nosso PIB.
São os que bajulam os grandes empresários, desde seus mais próximos empregados, consultores, imprensa, e o próprio governo. 
  
O grande erro do socialismo foi sonhar que criariam uma nova sociedade sem parasitas.
 
Não imaginaram que simplesmente estariam criando um novo tipo de agente aproveitador, esperto e parasita, o que de fato aconteceu, em Cuba, Rússia e Coreia do Norte. 
  
Lênin, Marx e Stalin lutaram a um enorme custo de vidas humanas somente para no fim trocarem de aproveitadores, espertos e parasitas, a burguesia da época, pela nomenclatura burocrática social.


Em administração sabemos que com o tempo toda instituição começa a ter desejos próprios e não mais lutam pelas causas que a originaram. Por isto somos contra cargos vitalícios, privilégios, organizações sem accountability, governância, auditoria e controle.

Seja no governo ou num departamento de uma grande empresa. Não é fácil combater aproveitadores, espertos e parasitas.
 
A única forma de combater aproveitadores, espertos e parasitas é tolher a fonte de energia que sugam dos outros. Cortando as suas fontes, seus empregos públicos, obrigando-os a trabalharem, a serem criativos, a produzirem algo de valor para a sociedade, propiciando assim um merecido sustento.
 
Mas o resultado mais inquietante da ciência da Vida Virtual é a constatação de que as sociedades que dão certo não são as que estabelecem políticas econômicas ou reengenharias sociais coletivas, mas as que se concentram no combate do parasitismo social.
Somos atrasados não porque temos mais parasitas do que os outros, mas porque não lutamos ferozmente contra os parasitas que temos.
 
O socialismo provou que criam parasitas tanto quanto, e a tragédia que com enorme sofrimento e vidas humanas simplesmente trocou um por outro. 
 
O único sistema político que combate o parasitismo social é o Liberalismo, que prega um Estado enxuto e eficiente sem parasitas e um monte de funcionários que fazem praticamente nada.
Que prega a educação eficiente, a autonomia do ser humano, obrigando-o a poupar para a sua aposentadoria e cuidar da sua saúde, estudando durante a vida inteira escolhendo os seus gurus.
Algo para se pensar.


  
 
 
Sobre Stephen Kanitz
Stephen Charles Kanitz é pai, e alem disto um consultor de empresas e conferencista brasileiro que vem realizando seminários em grandes empresas no Brasil e no exterior. Já realizou mais de 500 palestras nos últimos 10 anos.
Mestre em Administração de Empresas pela Harvard Business School (Harvard University), foi professor Titular da Universidade de São Paulo.
Criador do Prêmio Bem Eficiente para entidades sem fins lucrativos.
Criador de Melhores e Maiores da Revista Exame, e colunista por 10 anos da Veja.